22 de maio de 2009

TODA A VERDADE
SOBRE A PÁSCOA

Por Mário L. Pereira Dalmao


Mudou Jesus a data da Páscoa? Celebravam a qualquer dia e hora os Apóstolos a Páscoa, transformada agora em "Santa Ceia"? E a Igreja guardava os Pães Asmos? Se Jesus aboliu tudo então, Ele estava em contra de tudo o que ensinou a Moisés e não teriam necessidade de mentirosos para acusarem a Estevão. A própria morte deste diácono nos mostra que NÃO PUDERAM PROVAR ABSOLUTAMENTE NADA EM CONTRA DA LEI DE DEUS! Mas, nenhuma Igreja a guarda, embora que a obediência foi o único motivo da perseguição.
Eis aqui a surpreendente revelação do que praticava e obedecia a Igrejaprimitiva!

Capítulo 5

Os verdadeiros cristãos guardavam a Páscoa

Os teólogos têm induzido aos crentes a crerem que tudo foi abolido depois da cruz e que nada devemos obedecer e que cada um tem a liberdade de interpretar como bem entender.
Pela leitura dos Evangelhos vemos que Jesus guardou estritamente cada Festa Santa e que nelas aparecia 3 vezes ao ano em Jerusalém. Vejamos então se a Igreja guardou esses dias.
“E, CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;...” (Atos 2:1).
O derramamento do Espírito Santo se deu no mesmo dia do Pentecostes, tal como havia sido ensinado a Moisés. Cinqüenta dias depois do Sábado semanal da Páscoa. Enquanto no Templo se apresentavam os pães elaborados com a primeira farinha do ano, Jesus muda a maneira de celebrá-lo, derramando fogo (Poder), sobre à sua Igreja.
“Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu” (Atos 6:11-14).
Se os Apóstolos guardavam o Domingo, se trabalhavam nos sábados, se comiam comidas imundas, se não guardavam nenhuma Festa instituída na Lei, não teriam tido necessidade de SUBORNAR homens para mentir, dizendo que os cristãos ensinavam a não obedecer nada do que tinha sido ordenado
“E POR aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar. E matou à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos ázimos” (Atos 12:1-3).
Para quem está escrevendo Lucas? Para um grego chamado Teófilo. E ele não diz quando eram os dias dos asmos. Por que? Porque ele sabia que eram os sete dias depois da Páscoa que começava no dia 14 do primeiro mês. E isto aconteceu entre os dias 15 ao 21.
“E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se;...” (Atos 13:14).
Em que dia pregava Paulo? No Sábado. Está registrado 47 vezes na Bíblia, que Paulo pregava somente no dia de Sábado.
“E, depois dos dias dos pães ázimos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles a Trôade, onde estivemos sete dias” (Atos 20:5).
Paulo não viajou nesses dias, mas passou a Páscoa e os sete dias com a congregação, continuando a viagem no Domingo pela manhã.
“Porque já Paulo tinha determinado passar ao largo de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes” (Vs. 16).
Se não se celebrava mais, então, para que tanta pressa?
“E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei” (Atos 21:20).
“E um certo Ananias, homem piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam,...” (Atos 22:12).
Este Ananias foi o discípulo enviado por Jesus para anunciar o Evangelho a Paulo. Se ele não cumpria nenhum ponto da lei porque era “cristão”, não podia ter bom testemunho dos judeus!
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas” (Atos 24:14).
Paulo acreditava na lei e nos profetas, a diferença dos crentes modernos que não acreditam, nem querem acreditar.
Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César” (Atos 25:8).
Apesar do terrível e grandioso desejo de matar a Paulo, não conseguiram provar que ele tivesse transgredido um único mandamento do que estava escrito. Se eles (os Apóstolos) tivessem abolido um único ponto da lei, ou estivessem guardando alguma Festa fora dos padrões divinos, teriam usado esta acusação contra eles.
“E, passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois, também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava” (Atos 27:9).
Poderia você dizer (se nunca o guardou) quando é o Dia do Jejum? Três dias depois de terminada a festa das Trombetas, ou seja, no décimo dia da lua nova de setembro!
“E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde” (Atos 28:23).
“Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (I Cor. 5:6-8).
Se Paulo escrevesse esta carta para uma das nossas igrejas atuais, ninguém entenderia. Pergunte para algum membro a ver se entende o que significa “fazer a festa, com asmos de sinceridade”. O mais provável é que lhe digam que está maluco e que isso era para judeus, mas Paulo estava escrevendo para os gentios de Corinto. Eles bem que sabiam, porque guardavam a Páscoa e a festa dos Asmos, corretamente.
Vejamos o que diz Eusébio, o historiador dos primeiros 300 anos da Igreja e que viveu no século IV:
“Uma questão de não pouca importância surgiu nesse então. Posto que as paróquias de toda Ásia, seguindo uma tradição mais antiga, consideravam que esse dia décimoquarto da lua do mês primeiro, dia em que aos judeus se lhes havia ordenado sacrificar o cordeiro, devia ser observado como o festival da Páscoa do Salvador... os bispos da Ásia, dirigidos por Polícrates, decidiram reter o antigo costume que se lhes havia entregado. O mesmo, numa carta que dirigiu a Vítor e à Igreja de Roma, descreveu nas seguintes palavras a tradição que havia recebido:
“Observamos o dia exato, sem acrescentar nem omitir nada. Pois, na Ásia grandes personagens também tem ficado dormidos, os quais serão levantados novamente no dia da vinda do Senhor, quando virá com glória do céu e escolherá a todos os santos. Entre eles se encontra Felipe, um dos 12 apóstolos... e, ademais, João, quem foi tanto testemunha como mestre, quem se reclinou ao lado do Senhor... e Policarpo, em Esmirna, quem foi bispo e mártir; e Traseas, bispo e mártir de Eumenia... o bispo e mártir Sagaris... o bem-aventurado Papiro, o Melito... Todos eles observaram o décimoquarto dia da Páscoa conforme ao evangelho, não desviando-se em nada senão seguindo a regra da fé”
(História Eclesiástica, Livro V, capítulos XXIII e XXIV).
O contínuo crescimento em tamanho e poder político, a falsa igreja pagã, no século quarto colocou em prática vários decretos que impunham a pena de morte aos cristãos que guardassem o Sábado semanal ou as Festas de Deus. Muitos cristãos fugiram. Os que ficaram tiveram que pagar com suas vidas em martírio, mas Jesus vingará suas mortes:

“Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” (Apoc. 2:13).
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (6:9).
“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Apoc. 13:15).
“E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração” (17:6).
“E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra” (18:24).

Desde Abel até hoje, a história da verdadeira Igreja e dos verdadeiros adoradores foi a mesma – perseguição e morte. Ao longo de todos os séculos, embora perseguidos, esparsos e desprezados pelo mundo. Os verdadeiros cristãos sempre constituíram o remanescente vivo e ativo da verdadeira Igreja de Deus, a Igreja composta dos que têm o Espírito Santo.

Que foi o que Deus ordenou?

Não estamos em contra a Santa Ceia, senão que há um erro enquanto à maneira de ser tomada, no dia, hora e como, e se foi instituída pelo Senhor Jesus e está na Bíblia, não pode haver confusão nem livres interpretações.
A Comunhão, chamada freqüentemente Ceia do Senhor, é na realidade a Páscoa e assim deveria chamar-se. Referindo-se tanto à Páscoa, como a todas as demais práticas, Judas escreveu:
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Vs.3).
Conhecendo já a origem pagão da Páscoa Florida, eliminemos então, a mentira que oculta a verdade sobre a Páscoa, instituída por Deus, e que é a comemoração da morte de Cristo e não sobre à sua ressurreição.
Observemos a maneira em que Jesus observou esta cerimônia, porque não podemos equivocar-nos e faze-la diferente. Em Lucas 22:14-19 aparece um dado interessante:

“E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim”.

“E, chegada a hora,...”
Que hora? Jesus ordenou aos seus discípulos prepararem a Páscoa e eles acharam um cenáculo preparado, tal como Ele tinha indicado. E eles foram para lá, nas últimas horas da tarde do dia 13, mas, não se assentaram na mesa, porque ainda era CEDO! De acordo com as instruções de Êxodo 12, o cordeiro só podia começar a ser comido, instantes antes da primeira estrela aparecer. Olhando continuamente para fora, esperou o momento chegar e então, assentaram-se à mesa.
Jesus guardou mês, dia e hora, exatamente!
Depois que comeram como tradicionalmente se havia feito desde o princípio, Jesus tomou o cálice e cada um bebeu um gole como símbolo do seu sangue que seria derramado. Enquanto eles faziam isso partiu o pão e pediu para que cada um comesse um pedaço, representando seu corpo que seria imolado no lugar do cordeiro.

E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mat. 26:28).
“Porque eu recebi do SENHOR o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (Instruções de Paulo aos Coríntios – I Cor. 11:23-26).

“... fazei isto em memória de mim...” Note que Jesus ordenou que se fizesse isso. Por quê? “em memória de mim”. Um memorial é uma recordação anual. Nessa trágica noite, Jesus mudou a maneira de ser observada a tradicional Páscoa com um cordeiro. Se Ele não a mudasse, então sua morte não teria sentido e o cordeiro continuaria como de mais valor e melhor sacrifício. Não teria sentido a vinda de Jesus ao mundo.
Mateus relata que “quando comiam”, dando a entender que a nova Páscoa foi instituída durante a observância mesma dela e não independente de dia mês, dia e hora. Não anula a anterior, nem determina novo tempo.
A Páscoa sempre se havia observado no entardecer, um mínimo instante antes de sair a primeira estrela “entre as duas tardes” (Êx. 12). Nesse preciso momento todo Israel se assentava a comer. Jesus não fez diferente, esperou o momento chegar, o que significa que a Páscoa neotestamentaria deve acontecer na mesma hora, e não se indicou nenhuma mudança no horário.
O que mudou foi a introdução dos novos símbolos – o pão (sem fermento, porque assim deveria ser o pão que acompanhava o cordeiro) e o vinho, que também formava parte da mesa. Esses dois símbolos estiveram sempre ali.
Jesus lhes ensina que não mais será necessário sacrificar um cordeiro, porque Ele é o verdadeiro Cordeiro anunciado desde o Paraíso e da noite que passou o anjo da morte no Egito.

“E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo” (Êx. 12:14).
“Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx. 13:10).

Se o dia e hora foram estabelecidos como um memorial anual a estatuto perpétuo, a nova Páscoa não pode invalidar a anterior, a não ser pelo modo de ser celebrada. Observe que não foi o cordeiro (ovino), que foi instaurado por estatuto perpétuo, senão “este dia vós será por memória... a estatuto perpétuo”!
Jesus não podia invalidar a lei nem criar uma nova como normalmente se acredita. Porque ele não veio para ab-rogar, senão para cumprir. Também se acredita que Jesus instituiu o batismo nas águas e no fogo, mas Israel já havia participado disto, quando passou pelo mar Vermelho e o Jordão, e na nuvem e o fogo que os acompanhou no deserto. A diferença é que agora é individual em vez de coletivo.
Normalmente o pão que se serve nas tradicionais Santas Ceias evangélicas é comum, fermentado, enquanto que o pão que Jesus comeu e usou como símbolo do seu corpo, era asmo, ou seja, sem fermento.
Celebrar a Santa Ceia com pão fermentado, significa que o corpo de Cristo estava em pecado, porque o fermento é o símbolo do pecado, e que Jesus não o tinha tirado. Isto é um absurdo! Qual é a desculpa que dão para isto? Que lá em Coríntios 11 nada diz sobre como tem que ser o pão – se fermentado ou não. E como não diz nada, comamos com pão fermentado! Mas basta você olhar a maneira tradicional de celebrar, para que isto se torne uma grande aberrração.
E o vinho é trocado por suco de uva, mas o vinho da ceia de Jesus era fermentado. A palavra usada aqui é “oinos”, e se na Grécia pedir um copo de oinos, lhe trarão um copo de vinho comum. Por causa disso, os discípulos estavam sonolentos e não podiam vigiar. O vinho fermentado, aqui representa o Espírito Santo, que alegra o espírito.

O rito da humildade

Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas descrevem a maneira de celebrar a Santa Ceia, mas João, nos narra um fato diferente que também aconteceu naquela noite:
“Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim. Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos. Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”
(João 13:4-15).

Todos unanimemente declaram que isto não forma parte da Santa Ceia e que era uma tradição da época. Que era um costume lavar os pés dos visitantes. Mas, se era uma tradição, um costume da época, por que então, Jesus o instituiu? A Bíblia em nenhum momento ensina a perpetuar usos ou costumes. O que ela ensina são princípios eternos para que tenhamos uma vida feliz, e esses princípios são imutáveis. Os usos e costumes são modas passageiras.
Esta cerimônia foi guardada pela Igreja primitiva? Ensinou Paulo a fazer isto aos gentios?
Paulo instruiu ao jovem Timóteo para que assim fizesse nas Igrejas gentias:
“Tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra” (I Timóteo 5:10).
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Observada anualmente pela Igreja primitiva

Jesus Cristo e o Apóstolo João observavam a Páscoa. Também a observavam alguns cristãos na Escócia ainda no século 7 da nossa era.
Estes dados provém do notável teólogo e historiados da Igreja Católica, Beda. Sua “História Eclesiástica da nação inglesa”, surpreenderia a muitos que tem suposto que Cristo e os primeiros Apóstolos observavam a Páscoa Florida. Beda escreve o seguinte:
“João, seguindo os costumes da Lei, solia iniciar o festival da Páscoa na tarde, ao anoitecer do dia décimoquarto do primeiro mês, seja que ocorresse no Sábado ou em qualquer outro dia” (III, 25).
“O Apóstolo João “o discípulo a quem amava Jesus” e autor de cinco livros do Novo Testamento, observava a Páscoa no dia décimoquarto do primeiro mês, tal como Deus o ordenou nos tempos de Moisés. Essa é a clara declaração deste teólogo do século oitavo!
Mas, de onde procedeu este costume de João? Pois, do exemplo de Jesus mesmo! Nosso Senhor, o Autor e por meio do qual o recebemos, não participou da antiga Páscoa, nem instituiu o Sacramento neotestamentário que haveria de ser observada pela Igreja em comemoração da Sua Paixão, em... nenhum outro dia, senão no décimoquarto”
(III, 25).
Por conseguinte, Beda reitera o que a mesma Bíblia nos diz claramente: que Cristo participou da Páscoa do Antigo Testamento e depois substituiu os símbolos neotestamentários do pão e vinho no dia décimoquarto do primeiro mês.
Durante séculos, a observância da Páscoa neotestamentária, seguindo o exemplo de Cristo e de João, perdurou entre grupos isolados. Beda nos conta que na Escócia, alguns fiéis ainda a observavam – no século sétimo! (II, 19).
“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (I Cor. 5:7-8).
Estas simples palavras de Paulo nos mostra que a Igreja de Deus em Corinto, sabia o que significava fazer a festa sem pão fermentado.
“... façamos a festa...”, só podia ser entendido no contexto da Páscoa, na sua data correta, porque os que tomam Santa Ceia, semanal ou mensalmente, jamais consideraram isso como uma festa, e muito menos como formando parte do conjunto das Festas Santas de Deus.
Como todo mundo sabe, as comemorações são celebradas anualmente, uma vez ao ano, no aniversário dos acontecimentos comemorados. Portanto, observamos anualmente a comemoração da morte de Cristo, e cada ano ao guardar a Festa (a Páscoa) anunciamos a morte do Senhor até que venha.
Todo o último dia da sua vida aconteceu dentro do dia 14 de nisán, morreu às 3 da tarde e foi enterrado nos últimos momentos do dia, antes do anoitecer,
Outro detalhe interessante de destacar é:
“Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR” (I Cor. 11:27-29).

Quem são os que devem participar da Santa Ceia? No livro de Êxodo alerta para que somente os israelitas circuncidados podiam tomar parte dela, e se um estrangeiro queria participar dela, tinha que circuncidar-se. Mas tampouco podiam participar dela os “assalariados”! Será que isto é também para hoje?
Entre os gentios convertidos, haviam ricos, pobres, servos e escravos. E todos estes haviam passado pelo novo nascimento; assim que, podiam participar da Páscoa, não importando a classe social, porque não existe uma ordem para que os servos e escravos sejam autônomos para poder participar. Pelo contrário. Cada um devia permanecer tal como havia sido chamado.
O problema aqui não é quem deve participar, senão como. NÃO EM PECADO.
Antes da Páscoa, devemos fazer uma profunda análise da nossa vida espiritual e ver o que vencemos e no que não vencemos. No que temos melhorado e o quanto ainda devemos melhorar. Nos pecados novos que temos descoberto, nas falhas, nos acertos. Se estamos em paz com os irmãos, se não estamos reconciliados. Se não gosto de algum irmão. Se fazemos distinções, tratamentos diferenciados, discriminações, etc.
E pedir perdão por tudo e encher-se de Espírito Santo. Não fazer isto, é tomar a Ceia indignamente.
“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mat. 28:18-20).


------------------------------------------



Nenhum comentário:

Postar um comentário